Um amor puro.

O sol já esta nascendo, podemos conversar melhor agora, certo? Você esta sentado, olhando o movimento do lago e vendo o sol nascer. Meu coração acelera a cada passo mais perto de você. Você não pode saber, não assim. Sento ao seu lado, e, por um bom tempo olhando os seus olhos, você quebra o gelo e me diz algo engraçado. É  incrível como seus olhos são lindos, como brilham, como ficam perfeitos na luz do sol. Sorrio da sua piada meio sem jeito, lembrando da nossa infância .

 Posso ver isso agora, posso ver o quanto eu sempre te odiei, o quanto queria te matar na porrada. (risos) Estranho, agora eu só consigo me concentrar no seu sorriso. No quanto você me arranca o riso. Eu entendo, você tem suas prioridades. Não estamos mais no acampamento da 5° serie, não somo mais escoteiro de times opostos que sempre discutiam. Não brigamos mais, não é? Como cheguei a conclusão de que um dia estaria-mus aqui?.

Vamos voltar um pouco no passado. Era-mus crianças briguentas, nunca nus damos bem. Estudava-mus na mesma sala e fazia-mus parte dos escoteiros da cidade. Na verdade nunca gostei do teu jeito, nunca me interessei por teus olhos verdes, e nunca gostei do teu charme. O charme do garoto mais bonito da sala. Você intervia em tudo que eu fazia, dizia que eu era inútil e não sabia fazer nada, sempre disse que eu perderia como escoteira.

 Era o garoto mais chato que eu conhecia, o mais briguento. A gente sempre brigava, não como menininhas. Era serio, bem serio ... certo dia você me machucou de verdade no meio da floresta, você quebrou o meu braço. Você ficou parado enquanto eu chorava igual a um bebê. Mas, depois você só conseguia tentar me fazer parar de chorar, ficou nervoso e com sentimento de culpa. Na hora não conseguia acreditar no seu desespero, no seu instinto de proteção. Me pediu desculpa varias vezes e prometeu que nunca mais brigaria-mus. Limpou minha lagrima e mesmo assim ainda me chamou de besta por ser tão frágil. Me arrancou o riso a força. Me levou ate o acampamento e assumiu a culpa.

 Não me impressionei com você, com essa atitude, mas, estava certa de que esse não era você. É claro que as brigas não pararam, você não suportava o fato de que eu jogava futebol melhor que você. E eu não suportava o fato de, você roubar toda as minhas amigas com teu jeito garanhão. Acho que nunca tive-mus uma conversa civilizada. No 9° anos, era a despedida. Finalmente iria me livrar de você. Bom... não seria uma despedida sem um abraço, no meu caso foi um soco no nariz. Pois é... eu lembro disso. Mas não foi você, foi a sua namorada (risos) foi bem engraçado.

 Ela tomou a sua frente e me deu um soco em cheio. Juro que fiquei tonta. Só conseguia ouvir você gritando com ela e perguntando porque tinha feito aquilo. Veio ate mim e perguntou se estava tudo bem. Olhei pra você com o nariz sangrando, soltei um riso irônico e te empurrei. Peguei a bolsa, o casaco e fui embora. Foi o basta pra ser o assunto pra o resto da comemoração. Fomos o assunto dos três primeiros meses de aula pros que ficaram... da pra acreditar?

Te encontrei no campus de medicina semana passada. Você tá bem, em? Esta mais lindo do que nunca. Não! Não briga-mus, troca-mus ideias. E quando soube que estava inscrito nas mesmas matérias que eu, pensei. Ótimo, seremos expulsos da faculdade por mal comportamento. Mas olha onde estamos agora, e olha o que eu descobri! Como chegamos a esse ponto? Devia-mus ter nus dado uma chance de se conhecer melhor, você não acha?

Perceberam alguma coisa da parte dele?